10 Jul 2024 — 21h30
Uma criança de oito anos sofre porque as pessoas a abordam sistematicamente de formas que lhe causam desconforto. Insistem em chamar-lhe Aitor, o seu nome oficial. E a alcunha, Coco, ainda que obviamente menos errada, também não lhe cai bem.
Durante um Verão no País Basco, a criança partilha este seu malestar com parentes e amigos. Mas como é que uma mãe lida com a busca de identidade de um filho quando ela própria ainda não aceitou o seu próprio ambivalente legado parental?
A primeira longa-metragem da realizadora basca Estibaliz Urresola Solaguren é um drama radioso. A sua obra maravilhosamente sensível é sustentada pelas performances comoventes da jovem actriz Sofía Otero, que personifica uma criança em busca de um nome, e de Patricia López Arnaiz, que faz de uma mãe atormentada que não deixa de ser terna. Mas, tal como um enxame de abelhas garante a diversidade da natureza, os papéis secundários não são menos essenciais para a heroína do filme e um ambiente maioritariamente feminino mostra-lhe as formas diversas de como é possível ser-se mulher. Ao adoptar mais do que um ponto de vista, Estibaliz Urresola Solaguren respeita a incrível complexidade que compõe a identidade de género, tocando num aspecto talvez menos óbvio da transição: a mentalidade.
/Género Ficção
/Nacionalidade ES
/Ano 2023
/Versão original Espanhol, Basco, Francês
/Legendas Português
/Realização e argumento Estibaliz Urresola Solaguren
/Festivais e Prémios
Festival de Málaga (2023) - Melhor filme
Prémios Goya - Melhor Direcção e Melhor Actriz Secundária
Festival de Berlim 2023 – Urso de Prata, Melhor Actriz (Sofía Otero)