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24 set 2023— Odemira

Caminhadas com arte #4

Vários oradores e percursos — Pt
Conversas na Natureza — M/16+

Em Setembro voltamos a caminhar entre o saber e a natureza, desta vez, no concelho de Odemira e na companhia dos oradores caminhantes convidados: João Ferrão, José Xavier, Maria Manuel Mota, Nuno Ribeiro e Teresa Castro. Cinco caminhadas, feitas em simultâneo, em que as conversas são desfiadas a partir do contexto de emergência climática que o nosso planeta enfrenta, incidindo particularmente sobre a questão da interdependência entre o próximo e o inóspito, entre o visível e o invisível, entre humanos e não humanos, sob a perspetiva da geografia, da biologia marinha, da imunologia, da ecologia e do animismo, entre outras áreas de saber.

A hora está marcada, a partir das 10h00, partiremos com um dos oradores caminhantes, a partir de diferentes pontos geográficos do concelho de Odemira, sabendo que o nosso grupo não vai sozinho, sabendo que outros caminham no mesmo tempo e espaço para reflectir, para alimentar o pensamento crítico, para respirar e estar mais próximos da natureza.

“Caminhadas com Arte” é um programa de caminhadas pelas paisagens de Aljezur, de Odemira e pelo interior da serra de Monchique em que convidamos especialistas de áreas diversas do saber para caminhar com um público que, em simultâneo, caminha e vive a experiência de mergulhar numa narrativa, num discurso, num universo sobre determinado assunto. Em comum, os oradores caminhantes convidados partilham um enorme entusiasmo e grande compromisso para com o seu trabalho, assim como o desejo profundo de comunicar o que fazem e investigam. Acreditam que essa comunicação poderá acrescentar algo ao que no mundo se passa.


/apoio

Odemira
24 set 2023 (dom) – 10h00
Duração
5 h 00 aprox.
Classificação Etária
M/16+
Bilhetes
10€ Preço Único

BILHETEIRA
Recomendação
No acto da compra do bilhete, deverá escolher o orador/caminho que pretende fazer, tendo em conta as particularidades de cada uma das caminhadas (tema da conversa, grau de dificuldade e distância do percurso a fazer).
Bilhetes à venda também em
Aljezur – Casa Lavrar o Mar – Rua João Dias Mendes, 46

/ Passeios Odemira  24 set 2023 (dom) ~ 10h00

Conversas em Português

João Ferrão geógrafo

/biografia
Geógrafo por paixão, investigador pelas circunstâncias da vida e crente nas comunidades locais e nos territórios como fontes de compreensão, inspiração, acção e transformação das pessoas com o planeta. Cerca de meio século de actividade profissional e cívica a estudar, debater e propor novos caminhos de desenvolvimento a partir de múltiplas geografias, físicas e imateriais, reais e imaginadas, plausíveis e utópicas.

/tema
Uma caminhada conjunta, com o seu percurso, ritmo e diferentes participantes, é uma excelente oportunidade para aumentar a nossa capacidade de decifração. Decifrar o que vamos vendo, escutando e sentindo, mas também o que está para além dos nossos sentidos. Decifrar o que conhecíamos mal, mas também o que nem sequer intuíamos. Decifrar o que nos é próximo, mas também nexos com causas longínquas. Decifrar interesses locais, mas também ambições globais. Caminhamos sempre no Mundo, por muito particular e curta que seja a nossa caminhada.

[decifrar = descobrir + compreender + solucionar]

/distância 10km
/grau de dificuldade Caminhada acessível a caminhantes ocasionais
/ponto de encontro Posto de Turismo de Santa Clara-a-Velha (Coordenadas GPS:37.513420, -8.476816)

José Xavier biólogo marinho e cientista polar

/biografia
“Há cientistas que vão até ao fim do mundo para encontrarem a Natureza em estado puro”. Por mais voltas que se dê, a frase que podemos encontrar no website da editora Gradiva é talvez a que melhor descreve o convidado desta “Caminhada com Arte”, José Xavier. A fazer investigação na Antárctida desde 1997, o premiado biólogo marinho e cientista polar tem-se dedicado a perceber como é que o comportamento de predadores de topo a viver neste ambiente extremo, tais como os pinguins, albatrozes e focas, assim como das suas presas (lulas e peixes, por exemplo) existentes no Oceano Antárctico tem sido afectado pelas alterações climáticas e outras potenciais ameaças, como a poluição e a pesca.

Doutorado pela Universidade de Cambridge, José Xavier é Professor Associado da Universidade de Coimbra, investigador do Centro de Ciências do Mar e do Ambiente (MARE-UC) e investigador convidado da British Antarctic Survey, colaborando com investigadores de mais de 20 países, contando com mais de 150 publicações científicas em jornais internacionais de grande impacto, como, por exemplo, a Nature.

É o chefe da delegação de Portugal nas reuniões do Tratado da Antárctida, e representante de Portugal em vários comités internacionais e membro de vários programas científicos e educacionais. Foi o mais jovem a ganhar o prémio internacional Marta T. Muse pelo seu trabalho de excelência na ciência e política na Antárctida.

/tema
A partir do contexto local desta caminhada e do seu profundo conhecimento e experiência pessoal de aí trabalhar há 25 anos, José Xavier, biólogo marinho e cientista polar, leva-nos até um dos lugares mais inóspitos do planeta e que alimenta o imaginário de tantas pessoas: a Antárctida.

Chefe da delegação de Portugal nas Reuniões Anuais do Tratado da Antárctida (ATCM), nomeado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros e pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, José Xavier trará à conversa o contexto histórico deste grande continente, considerado tantas vezes “um planeta dentro do planeta”; as principais expedições feitas ao Pólo Sul, para desaguar na importância da ciência da Antárctida e do Tratado da Antárctida, considerado um caso de sucesso mundial na defesa da investigação, da paz entre países, da cooperação internacional e da protecção ambiental. Quais os desafios que este continente enfrenta hoje, tais como as alterações climáticas, e o degelo, e que papel podemos ter nós, enquanto indivíduos e colectivo, na protecção ambiental, serão outras das questões abordadas.

E haverá ainda tempo, e terra para andar, para ouvirmos, na primeira pessoa, curiosidades relacionadas com a biologia marinha e a própria vida de um cientista polar a viver na Antárctida, o que come, como se aproxima dos animais, e como é esse silêncio gélido do Inverno.

/distância 10km
/grau de dificuldade Caminhada acessível a caminhantes ocasionais
/ponto de encontro Balcão Único, Rua Gago de Coutinho 64, Sabóia (Coordenadas GPS: 37.492627, -8.497762)

Maria Manuel Mota bióloga e imunologista

/biografia
Bióloga e mestre em imunologia, Maria Manuel Mota doutorou-se em Parasitologia Molecular em 1998 pela University College London, no Reino Unido. Após um pós-doutoramento e posição de docente na York University Medical School, EUA, Maria voltou a Portugal em 2002 para dirigir um grupo de investigação no Instituto Gulbenkian de Ciência, em Oeiras. Em 2005 tornou-se Professora na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e líder da Unidade de Malária do Instituto de Medicina Molecular João Lobo Antunes (iMM), Lisboa, onde é actualmente também Diretora Executiva.

A sua investigação centra-se no estudo das interacções dos parasitas que causam malária com o hospedeiro humano.

Ao longo da sua carreira, Maria foi reconhecida com várias distinções, incluindo a eleição para integrar a Organização Europeia de Biologia Molecular, múltiplos financiamentos do Conselho Europeu de Investigação, o Prémio EMBO Young Investigator e o Prémio Pessoa.

Actualmente tem uma coluna de opinião mensal no jornal Expresso, um contributo para alcançar o seu sonho de viver numa sociedade centrada no conhecimento.

/tema
“A saúde a nível planetário” encapsula os princípios fundamentais de “One Health” e “Health for All”, promovendo uma abordagem holística e inclusiva para o bem-estar global. “One Health” (ou uma única saúde) reconhece a interconexão entre a saúde humana, animal e ambiental, compreendendo que doenças podem se espalhar entre espécies e ecossistemas. Paralelamente, “Health for All” (ou saúde para todos) aspira a garantir que todas as pessoas tenham acesso equitativo aos serviços de saúde desenvolvidos com o conhecimento que a ciência produz a cada momento. Ao combinar estes conceitos, “A saúde a nível planetário” visa não apenas abordar doenças emergentes de maneira abrangente, mas também a promover o acesso universal a cuidados de saúde de qualidade, transcendendo barreiras geográficas, socioeconómicas e culturais. Esta abordagem integrada reconhece a interdependência de todas as formas de vida e reforça o compromisso com a saúde e o bem-estar de todos, humanos e não humanos, no nosso planeta partilhado.

/distância 8km
/grau de dificuldade Caminhada acessível a caminhantes ocasionais
/ponto de encontro Junta de Freguesia de São Martinho das Amoreiras (Coordenadas GPS: 37.650982, -8.403037)

Nuno Ribeiro professor, investigador, ecologista

/biografia
Investigador do Instituto de Ciências da Terra (ICT) e Professor Associado da Escola de Ciências e Tecnologia da Universidade de Évora no Departamento de Fitotecnia. Tem conduzido investigação na modelação do crescimento e produção, especialmente em povoamentos puros e mistos de sobreiro. Desenvolveu um modelo espacial de simulação de crescimento, com resolução ao nível da árvore, para povoamentos de sobreiro (CORKFITS). Actualmente encontra-se a desenvolver um sistema de apoio à decisão de base ecológica (ECCORK) para suporte de decisões de gestão sustentável para os povoamentos de sobreiro.

/tema
No nosso planeta, a vida encontra sempre soluções para colonizar mesmo os ambientes mais inóspitos. Em grandes áreas da superfície terrestre, as sucessões ecológicas incluem, nas suas fases mais avançadas, ecossistemas florestais de grande complexidade estrutural e funcional que assumem particular relevância para a regulação dos ciclos da vida, da água, dos nutrientes, do carbono, fundamentais para a, muito necessária, regulação climática planetária.

Neste passeio, pretende-se abordar as nossas percepções identitárias dos diferentes ecossistemas presentes no território e, através da observação das suas componentes estruturais e funcionais, perceber o seu funcionamento no espaço e no tempo. Abordaremos igualmente o papel das ciências florestais no desenho de soluções de gestão próxima da natureza, que permitam ampliar a área da floresta mediterrânica nativa, numa base sustentável nos seus três pilares: Ambiental, Social e Económico.

/distância 10km
/grau de dificuldade Caminhada acessível a caminhantes ocasionais
/ponto de encontro Posto de Turismo de Santa Clara-a-Velha (Coordenadas GPS: 37.513420, -8.476816)

Teresa Castro professora e investigadora

/biografia
Professora associada na Université Sorbonne Nouvelle e investigadora. No seu trabalho recente tem-se concentrado sobre histórias ambientais da fotografia e do cinema, as ligações entre imagens e animismo e as formas de vida vegetais na cultura visual. Desenvolve também um trabalho de escrita e de programação.

/tema
As artes da atenção: pensar com plantas, árvores e líquenes.

Caminhar na natureza é uma forma de cultivarmos as artes da atenção. Mas aprender a ver, ouvir e sentir o que fomos condicionados para ignorar não se resume à observação passiva. Caminhar atento é também transmitir, cuidar, reparar e inventar. Ao longo desta caminhada, vamos conversar sobre as artes da atenção e tentar transformar as plantas, as árvores e os líquenes em companheiros de pensamento.

/distância 10km
/grau de dificuldade Caminhada acessível a caminhantes ocasionais
/ponto de encontro Balcão Único, Rua Gago de Coutinho 64, Sabóia (Coordenadas GPS: 37.492627, -8.497762)